COMECEI A ESCREVER POESIAS E MUSICA-LAS RS.
ESTA SEMANA ARRUMANDO MEUS GUARDADOS
REDESCOBRI MEUS ESCRITOS
RESOLVI FAZER UM BLOG E COMPARTILHA-LOS.
Penteastes
Tanta usura e uma mesura pela criatura
Na pele fina da carne dura
Um amor que ardendo perdura
Olhar perverso de uma visão pura
Nesta maledicência com ternura
Nesta desistência em lamúrias
Me digas o que te motivas
De onde tiras forças para penteastes
Com o sorriso acredito na cura
Acredito no pisar na amargura
No brocar da armadura
Na cria, na criança, na textura
Na reestruturação da estrutura
No abrir da porta pela fechadura
No sol brilhante na pedra dura
No tesão, na sede na fissura
Tanta usura e uma mesura pela criatura
Pela criatura
Criatura
Tanta usura e uma mesura pela criatura
Pela criatura
Criatura
WIVE MELO 2005
Corpo de uma alma
Corpo de uma alma
Alma de um corpo
Nesta dimensão
Corpo sem alma é morte
Alma sem corpo, assombração
Corpo de uma alma
Alma de um corpo
E pelo medo e pelo morto.
O corpo apenas pelo corpo
Invalidez de coração
WIVE MELO 1998
Palafita
Buscando aflita
Uma recompensa da luz
Na palafita que meu coração habita
Escuto uma música leve e bonita
Acaricio meu corpo nú em meia luz
Meu peito se abre
Se abre completamente
Em busca de uma semente!
WIVE MELO 2001
Frutas vermelhas, polpas rosas
Sangue vermelho
Escorre na perna
Pinga na terra
Molhada
Do lado da folha verde
No solo, no barro, no chão
Mulher latente que sente
Na lua que derrama água
No fluxo rosê em semente
Quando profunda relação
Trilha firme na mata - caminho
Uivo, orgasmo, carinho
Arbustos lambem
Boca, pele o bico do coração
Frutas vermelhas geladas
polpas rosas macias
Fértil, sangue, chuva
Na terra em folha
Ciclo de vida em noite
Faz brotar um comichão
Captura em acoite
Olhares cruzam
Apenas pulsando
Em aperto de mão
Seiva quente sublimada
Na selva, no ato do tato.
Fluxo forte mela e escorrega
O mar do mergulho
O corpo planta que dança
Mistura-se no chão
Num ritual silvestre
Da bem aventurança
Cartática lascívia unhão!
WIVE MELO 2006
Contradição
Se é na igreja que o sino bate
É no candomblé que o tambor toca
Se é na guerra que entramos em combate
É no chão que a humanidade cai morta
Se é na água que um se afoga
É no fogo que outro se queima
Se há aquele que segue a moda
Há outros que a ordem teima
Cada pedaço é inteiro
E se é inteiro não tem pedaço
Se há aquele que corre do perigo
Há outros que morre por procurar
E foi Jesus quem pagou o castigo
Que nós tínhamos de pagar
As páginas são do caderno
O caderno tem linha
O amor sempre é eterno
Por que nunca estou sozinha
Cada cabeça é um mundo
Mas, o mundo só é um.
Se é no espaço que se flutua
É na terra que se cai
E se é mais um covarde que recua
Não é mais um corajoso que se vai
Se é no certo que se entorta
É no torto que se conserta
Um velho bate a porta
E uma criança a deixa aberta
Meu sangue é quem corre nas veias
Mas é meu coração quem esta na frente.
Wive melo aos 15 anos de idade.
Oh!A lua existe!
A música, o crepúsculo e as crianças
meu cachorro e o mar.
Os despejos são apenas devaneios
De uma vida rotineira e irrisória
Onde vão as compras e onde enganam
Oh! Eu existo!
Minha família, o cigarro, o jornal e meu cachorro.
Numa roda gigante nauseante e incessante
Nesta bola também gigante semelhante
A que as crianças e cachorros brincam
Para onde foram as substancias?
Nestes vai e vem dos carros
Nestes tragos de cigarros
Nestes comprimentos de bons dias
Nos sorrisos parabenizantes das titias?
Oh! O significado tombou em meus pés!
E meu padecimento não significa no momento.
E os símbolos mais profundos
São desprezados pelos mesmos
Que tem piedade pelo circo, pela arte, pelas crianças magricelas
Ou pelos velhos dos asilos abandonados
Que miram o nada em direção a lua.
A música toca e penetra em mim
Como um paliativo mágico e trágico
Pois faz o coração se mirar
Neste espelho que reflete o mar
Não o mar dos sábados domingos e bronzeadores
Mas, o mar que afoga, que lambe
Fetos a decifrá-lo na expectativa da vida
Talvez vazia e insípda
Do vai e vem das ondas
Do defecar das pombas
Das praças sujas, vazias de folhas secas e frutas pêcas
Oh! Tudo existe!
E eu aqui para telespectar
Sentada de peras cruzadas
Como numa arquibancada de circo
Com o sorriso nos lábios
Igual aos dos palhaços
E na insubstância
Bebendo qualquer substância
Que me permito delirar
Num gozo extasiante e nauseante
Dos poucos prazeres que existem
Oh! Que existem!!!
WIVE MELO AOS 18 ANOS